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Uso de chupetas em crianças amamentadas

Sexta, 05 Julho 2019

 

O uso de chupeta tem sido identificado como um fator associado à menor duração do Aleitamento Materno em estudos com evidências consistentes de que o desmame precoce entre um e 24 meses é mais frequente em crianças usuárias de chupeta, quando comparadas com crianças que não possuem esse hábito. Dados do Brasil confirmam a chupeta como o fator mais fortemente associado à interrupção da amamentação exclusiva, entre 1999 e 2008, e que a redução no seu uso contribuiu significativamente para o aumento das taxas de Aleitamento Materno em nível populacional neste período de 9 anos. Entretanto, devido a fatores de confusão e vieses, não está claro se essa associação é de fato causal. Embora alguns pesquisadores tenham sugerido que o uso de chupeta pode interferir no AM, outros acreditam que esse hábito é um marcador de problemas na amamentação. Consequentemente, as recomendações para uso de chupeta variam em todo o mundo. A OMS desencoraja fortemente o uso de chupetas em crianças amamentadas, sendo essa recomendação parte de um dos Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno. Por outro lado, para a prevenção da síndrome da morte súbita do lactente (SMSL), a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda, para as mulheres que desejam amamentar, que a chupeta seja introduzida após o AM estar bem estabelecido, quando a criança estiver em torno de 3 a 4 semanas de vida.

A falta de consenso internacional sobre as recomendações quanto ao uso de chupeta em crianças amamentadas tem sido um desafio para os profissionais de saúde e para os pais por não terem uma compreensão clara do que recomendar ou fazer em diferentes contextos, propiciando muitas vezes que tenham uma atitude indiferente frente ao uso indiscriminado desse artefato.

O uso de chupeta ainda é um hábito muito frequente entre as crianças brasileiras e, além de serem oferecidas muito precocemente, elas tendem a permanecer na vida das crianças ao longo de toda a primeira infância, acarretando outros problemas de saúde e desenvolvimento.

Não existe uma recomendação única sobre o uso de chupeta em crianças amamentadas. Os efeitos do seu uso, em especial durante a amamentação, são de particular interesse de pesquisas nos Estados Unidos, que recomendam o uso desse artefato após o estabelecimento da amamentação (cerca de 3 a 4 semanas de vida da criança) como forma de prevenção da SMSL -  síndrome da morte súbita do lactente. Nesse sentido, a maioria dos estudos internacionais que buscaram compreender essa relação tinha como objetivo secundário encontrar evidências que pudessem respaldar tal recomendação, ou seja, uma garantia de que o uso de chupeta não interfere negativamente na amamentação. Por outro lado, outros pesquisadores buscam evidências que suportem a recomendação da OMS de não oferecer chupetas e mamadeiras a crianças amamentadas. Dessa forma, tem sido um desafio para os profissionais de saúde e pais terem uma compreensão clara do que recomendar ou fazer em diferentes contextos.

As principais evidências encontradas sobre o efeito negativo do uso de chupeta foram sistematizadas e agrupadas segundo as consequências em cada aspecto da saúde da criança, apresentadas a seguir: funções orais e amamentação; dentição; otite média aguda; segurança química, física e imunológica; níveis de inteligência; e vícios orais na vida adulta.

Os efeitos positivos (e controversos) atribuídos à chupeta estão relacionados à estimulação da sucção não-nutritiva, redução da SMSL, manejo da dor no recém-nascido e modulação do comportamento agitado do bebê. Da mesma forma que para os efeitos negativos do uso de chupeta, para cada possível efeito positivo há um contraponto a favor da amamentação.

A saúde da criança tem que ser acompanhada por um médico pediatra. O Hospital Vale do Araguaia tem seu corpo clínico, a pediatra Drª Paula Pezzini CRM MT 6610 RQE 4363. Consultas: (66)3468-1619.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria