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ANESTESIA SEGURA

Quinta, 21 Junho 2018

Tudo o que você precisa saber sobre anestesia sem precisar ter medo dela!

ANTES

Converse, Pergunte, Fale, Crie Confiança. Não esconda Nada de seu Médico Anestesiologista!

O que é a Anestesiologia?

Popularmente chamada de anestesia, a Anestesiologia é uma atividade médica que reúne ciência, arte e conhecimento e que consiste em evitar a dor de um paciente que será submetido a uma intervenção cirúrgica ou procedimento diagnóstico.

Ela é fundamentada em técnica especializada, destreza manual, profissionalismo e profundo respeito pelo ser humano que existe em cada paciente. A administração de uma anestesia é um ato médico que só pode ser executado por um profissional registrado no Conselho Regional de Medicina.

Quem é o Anestesiologista?

É um profissional graduado em Medicina e especializado em Medicina Peroperatória ou Anestesiologia através de cursos de Residência médica reconhecidos pelo MEC e pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia - SBA. Além disso, ele é um amigo, está capacitado para ouvir, esclarecer dúvidas e cuidar do paciente em todos os sentidos.

Como o paciente deve se preparar para a anestesia?

O Anestesiologista faz parte de uma equipe que concentra as informações médicas a respeito do paciente. É importante que o paciente e sua família conheçam o anestesiologista com antecedência, na avaliação pré-anestésica ou realização do risco cirúrgico (como é mais conhecido) feita no consultório ou no ambiente hospitalar.

O paciente deve contar sua história ao anestesiologista: seus hábitos (tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, estimulantes ou anabolizantes), questões médicas de saúde (asma, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, infarto, doença infecto-contagiosa), medicamentos em uso (anticoncepcional, analgésico, drogas para hipertensão, diabetes, gastrite, refluxo), reações alérgicas a medicamentos e experiências anteriores com o uso de anestésicos. Como médico, ele tem obrigação legal de guardar segredo profissional sobre tudo que o paciente revelar em uma consulta.

Quanto mais informação você der, melhor!

Com todos os dados a seu respeito, juntos, o Anestesiologista e o Cirurgião, terão melhores condições de realizar seus trabalhos com sucesso. 

O anestesiologista também fará um exame clínico para avaliar o estado físico e condições do paciente para submeter-se ao procedimento proposto, assim como, decidirá se necessita de algum exame complementar como laboratório, imagem, ECG, entre outros. É nesta avaliação que o anestesiologista esclarece o risco potencial do procedimento, a necessidade de cuidados intensivos no pós-operatório imediato (UTI), os cuidados que serão precisos com o paciente, a suspensão de determinados medicamentos e o tempo de jejum.

Não deixe de pedir esclarecimento e orientação sobre o tipo de anestesia a que você deverá ser submetido.

Isso lhe dará mais segurança e tranqüilidade.

 

O DIA

Como é a visita do anestesiologista no dia da cirurgia?

Os pacientes chegam ao hospital na véspera ou no dia da cirurgia, quando entram em contato com o anestesiologista. Se a operação foi marcada com antecedência, o anestesiologista já deve ter os resultados dos exames necessários, pedidos por ele mesmo ou pelo cirurgião. Mesmo assim, antes da cirurgia, o anestesiologista fará uma avaliação geral do estado de saúde física e emocional do paciente. É comum que ele repita perguntas já feitas pelo cirurgião. Neste momento, o anestesiologista poderá prescrever medicações necessárias ao paciente (ansiolítico, antiemético - prevenção de vômito, protetor ou acelerador do esvaziamento gástrico, anti-hipertensivo, anti-diabético, entre outros).

O paciente pode escolher o tipo de anestesia?

Quem decide é o anestesiologista, a partir das avaliações clínicas realizadas no paciente, tendo em vista o tipo do procedimento, o grau de complexidade, o tempo do procedimento e a habilidade técnica do médico.

O anestesiologista explicará ao paciente ou seu responsável, o motivo da escolha. Os tipos de anestesia mais comuns são:

Anestesia Local: uso de anestésico local, aplicado somente no local da cirurgia.

Sedação: uso de medicação para promover relaxamento e reduzir a ansiedade em procedimentos curtos ou associada a Anestesia Local ou Regional.

Anestesia Regional: uso de anestésico em área maior do corpo (Raqueanestesia, Peridural, Bloqueio de plexo braquial, Bloqueio intercostal).

Anestesia Geral: promove inconsciência no paciente (coma medicamentoso), pode ser aplicada via intramuscular, endovenosa ou inalatória. E na maioria das vezes necessita assistência ventilatória (manual ou mecânica).

 

DURANTE

Quando o paciente pode ficar acordado ou não?

Na anestesia local ou regional, o paciente pode ficar acordado ou não. Em cirurgias rápidas em pacientes calmos, não há necessidade de ficar inconsciente. Em cirurgias mais longas ou em pacientes mais nervosos, é comum a utilização de sedação, ou seja, o paciente ficará dormindo durante a cirurgia.

Quanto tempo dura uma anestesia?

O tempo deverá ser proporcional ao tempo projetado para a intervenção cirúrgica ou diagnóstica. O anestesiologista poderá manter a anestesia por quanto tempo for necessário, através da administração de medicamentos por diversas vias, sem interrupção.

Como é feito o controle do paciente pelo anestesiologista?

O anestesiologista monitoriza todas as funções vitais do paciente, através da avaliação contínua do:

  1. Nível de consciência
  2. Sistema cardiovascular: Pressão arterial, Frequência cardíaca, cor da pele e mucosas, Volume sanguíneo circulante, Níveis de oxigênio e gás carbônico circulante.
  3. Sistema respiratório: Frequência respiratória, Expansão pulmonar, Concentração do Oxigênio e do CO2 expirado.
  4. Sistema gastrointestinal: prevenção de náusea e vômitos, necessidade de sonda gástrica.
  5. Sistema urinário: Volume, densidade e coloração da urina.
  6. Sistema musculoequelético e Cutâneo: Relaxamento, proteção contra as superfícies duras e frias da mesa cirúrgica, prevenção de queimaduras.
  7. Temperatura: Monitora e promove o aquecimento passivo e ativo do paciente.

No transoperatório é função do anestesiologista monitorizar, diagnosticar e tratar, constantemente, a função do paciente para que o cirurgião se ocupe, exclusivamente, em realizar a cirurgia.

Durante a anestesia, pode o anestesiologista se ausentar da sala?

A segurança do paciente está condicionada à vigilância permanente. Por isso, o médico anestesiologista deve manter-se ao lado do paciente no transoperatório.

O anestesiologista é responsável pela Técnica anestésica e, portanto, tem que controlá-la, utilizando-se dos diferentes tipos de monitores e instrumentos que permitem constantemente avaliação clínica do paciente.

DEPOIS

Como é a volta do paciente à consciência e à sensibilidade após a anestesia?

O anestesiologista deve observar o paciente até que tenham terminados todos os efeitos relacionados com a anestesia administrada. Para isso, há um setor especial – a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (RPA), onde o paciente será observado de maneira contínua até o anestesiologista dar alta para enfermaria.

Sala de recuperação é sinal de complicação?

Não. A RPA permite que o paciente tenha sua pressão arterial, freqüência cardíaca, respiração e nível de consciência observados em intervalos regulares.

O tempo que fica na Sala de recuperação pós-anestésica tem por finalidade observar a resposta da anestesia em relação ao tratamento instituído. Desta forma, é traçado um esquema eficaz para o combate a qualquer efeito indesejável no pós-operatório (dor, náusea, vômito, tremor, dificuldade para respirar, hipo ou hipertensão, hipo ou hiperglicemia).

Na RPA o paciente ficará até o médico anestesiologista verificar um quadro de total estabilidade de sua circulação, respiração, nível de consciência e regressão da anestesia. Alguns pacientes, considerados graves ou submetidos a cirurgias complexas, podem passar pela Sala de RPA e ser encaminhados para as Unidades de Terapia Intensiva – UTI. O anestesiologista encaminhará o paciente para uma UTI (podendo ser móvel), onde outra equipe médica fará seu acompanhamento.

Quando o paciente pode ser liberado para casa sem internação?

No caso de pós-operatório de pacientes submetidos a cirurgias ou procedimentos ambulatoriais, o paciente tem alta hospitalar com segurança, após permanecer na Sala de Recuperação por um período de observação. O paciente e seu acompanhante são instruídos em relação a sinais e sintomas que podem ocorrer no pós-operatório.

A indicação da realização de procedimentos ambulatoriais tem normas próprias, por isso, nem todas as operações podem ser programadas desta maneira.

Após a alta hospitalar, não deixe de consultar seu anestesiologista sobre quaisquer dúvidas e ocorrências no seu pós-operatório e no período de recuperação.

O anestesiologista sempre estará disposto a esclarecer suas dúvidas. Se precisar, não deixe de procurá-lo.

 

Por: 

JOELMADra. Joelma Morais Lima

Médica Anestesiologista

CRMMT 6291 RQE 070772